Para entendermos o que é logística reversa, vamos começar pelo seu conceito técnico: é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo. Para tanto, a logística reversa utiliza canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas, como econômico, de prestação de serviços, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, dentre outros.
A logística reversa pode ser dividida em duas grandes áreas: logística reversa de pós-venda e de pós-consumo. A primeira, é basicamente composta por aqueles produtos que são devolvidos por razões comerciais, erros em processamento de pedidos, etc. A segunda, se caracteriza por aqueles produtos já adquiridos, utilizados e descartados pelo consumidor, mas que podem retornar ao seu ciclo produtivo, através canais reversos de pós-consumo.
Logística reversa de pós-venda
A logística reversa de pós-venda é responsável pelo planejamento, operação e controle do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes aos bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por vários motivos retornam pelos elos da cadeia de distribuição direta. Por meio da logística reversa de pós-venda, as empresas buscam a fidelização dos clientes, agregar valor ao produto e alavancar a imagem e a marca.
Os principais motivos das devoluções são as falhas no processamento de pedidos, defeitos na fabricação, erros na expedição e por parte do cliente no momento de emitir a ordem de compra, avaria no transporte, entre outros. O ideal é existir na empresa um setor específico para lidar com os produtos retornados, utilizando um processo organizado de pós-venda.
O principal objetivo da logística reversa de pós-venda é reinserir o produto na cadeia produtiva, e agregar valores como ordem econômica, ambiental, social e principalmente imagem da empresa.
Logística reversa de pós-consumo
A logística reversa de pós-consumo se dedica aos bens descartados pela sociedade e que retornam ao ciclo produtivo ou de negócios por meio de canais de distribuição reversos específicos. São bens que não servem mais ao proprietário original.
Estes produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis.
A logística reversa de pós-consumo é responsável pelo fluxo físico e de informações referente a bens de pós-consumo que necessitam retornar a cadeia de distribuição por seguintes motivos:
- Condições de uso: bens que podem ser reutilizados;
- Fim de vida útil: bens que não tem mais utilidade, contudo seus componentes podem ser reaproveitados ou remanufaturados;
- Resíduos ambientais: bens que trazem riscos ao meio ambiente se não descartados de maneira correta.
Implantar a logística reversa ou não?
O termo “logística reversa” entrou na moda ultimamente com a consolidação dos valores de sustentabilidade entre o meio empresarial e também em políticas públicas. Apesar disso, mais do que uma simples moda passageira, a logística reversa implica em grandes responsabilidades para segmentos inteiros da economia e, para o pessoal de logística, transportadoras e empresas de frete, uma oportunidade de novos ou maiores contratos de prestação de serviços.
Pelo lado das empresas, é preciso pensar na parte operacional do processo. Nos locais de armazenagem é necessário estruturar os sistemas a fim de lidar com esses volumes altos e imprevisíveis. Além disso, assim como a logística comum, a logística reversa possui como um dos principais componentes os sistemas de fretes. É imprescindível que os sistemas de roteamento sejam capazes de resolver os complexos problemas de entregas e coletas das cargas ao mesmo tempo, levando em conta, dentre outras restrições, as capacidades dos caminhões e os intervalos de tempo.
Portanto, é fundamental planejar estrategicamente os sistemas internos (gerenciamento de estoques, sistemas de informação, espaço físico) e externos (transporte e relacionamento com clientes), aproveitando este novo mercado, atraindo e fidelizando clientes com mais uma opção de serviço pós-venda.
As razões que levam a empresa a optar pela utilização da logística reversa podem ser de ordem econômica – reuso de peças, reaproveitamento de matéria-prima e remanufatura – ou legislativa (Lei Federal nº 12305/2010 que trata da Política Nacional dos Resíduos Sólidos).
As empresas precisam avaliar a utilização da logística reversa como oportunidade de negócios e ativos de marketing. Há muitos casos de empresas que ao analisarem o ciclo de vida dos próprios produtos, conseguiram inclusive reduzir custos logísticos, adquirindo vantagens competitivas.
Conclusão
Vivemos em uma sociedade que produz cada vez mais, e certamente, o debate sobre a logística reversa ganha força. Será inevitável o uso consciente dos recursos naturais. As empresas olham com atenção esse movimento porque o que está em jogo é uma nova maneira de pensar e produzir. Já estamos vendo novas estratégias que serão capazes de influenciar as decisões de compra dos fornecedores e clientes.
Por isso, esqueça a reciclagem e pense além: pense em inovação!
CCA Team